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Ressonância magnética, 4Kscore, PHI, PSA total, PSA livre, PCA3 entenda a utilidade de todos esses testes na prática clínica.


Pacientes que sofrem de prostatite aguda, seja ela infecciosa ou não, podem apresentar elevação nos níveis sanguíneos de PSA( antígeno prostático específico) e dificultar a avaliação do risco de câncer de próstata. Quando nos deparamos com um paciente com elevação do PSA ( PSA> 4ng/dl) nossa primeira atitude é realizar o exame digital do toque e solicitar exames mais específicos que chamamos de refinamento do PSA, cujos mais amplamente disponíveis são o PSA livre( PSAL) e a avaliação da densidade do PSA.
No entanto, pacientes com prostatite tendem a ter uma fração livre do PSA em níveis mais baixos, assim como os pacientes com câncer de próstata não ajudando portanto na exclusão de tumores.

Neste cenário, muitas vezes, precisamos lançar mão de outros testes para avaliar o risco de o paciente ter um câncer de próstata e se vale a pena submetê-lo a uma biópsia de próstata.

Mas, porque não fazer a biópsia de próstata logo?
A biópsia de próstata é um procedimento mais invasivo em que são retirados fragmentos da próstata por meio de uma agulha por via transretal( através do ânus) ou perineal( região da pele entre os testículos e o ânus). Apesar de ser realizado sob anestesia existem riscos, tanto inerentes a anestesia, quanto ao procedimento como; sangramento pela urina e pelo ânus, dor local e infecção. Cerca de 5% dos homens que se submetem a biópsia de próstata podem ter um quadro de prostatite (infecção aguda da próstata) após o procedimento.

Para avaliar melhor o risco deste paciente ter um câncer de próstata, podemos lançar mão de 2 grupos de testes. Os testes de imagem e testes laboratoriais.

O exame de imagem que habitualmente utilizamos para avaliação do risco de câncer de próstata é a ressonância multiparamétrica da próstata RMmp. Este exame consegue avaliar a presença de câncer de próstata em 70% dos casos (sensibilidade). Sendo de grande auxílio na localização do nódulo durante a biópsia e no planejamento terapêutico. No entanto, existem limitações do método como a necessidade de aparelhos de ressonância mais modernos (2 Tesla), avaliação por radiologista com experiência em câncer de próstata, custo elevado, e em até ⅓ dos casos a ressonância pode vir negativa mesmo o paciente tendo um tumor.

O outro grupo de testes que ajuda o médico a decidir por realizar uma biópsia de próstata ou não são os chamados Refinamentos do PSA que incluem o 4Kscore, PHI e PCA3.

PHI ( prostate health index) - Indice de saúde próstática

Este é um exame de sangue que avalia além do tradicional PSA outras duas frações do PSA livre e o p2PSA. Esta última, está muito associada ao câncer de próstata e pouco elevada em casos de prostatite, auxiliando na tomada de decisão. O PHI pode evitar até 30% de biópsias desnecessárias. O resultado é apresentado em uma escala de probabilidade de câncer de próstata.


Paciente com PHI score < 25 tem um baixo risco de ter um câncer de próstata e a biópsia pode ser descartada. Já pacientes com o PHI > 35 têm risco elevado de ter o câncer de próstata e por isso indicamos a biópsia. Entre 25 e 35 a realização da biópsia deve ser individualizada de acordo com história familiar, fatores de risco, exame de toque e expectativa do paciente.
Além disso, este teste também é um indicador de gravidade do câncer. Quanto maior o PHI escore, maior é a probabilidade do homem ter câncer de próstata e de ter um tumor mais agressivo.


4KScore

Este é um exame de sangue que avalia além do PSA total, o PSA livre, pró PSA( também chamado de PSA intacto) e o hK2( calicreína humana tipo 2). O teste também apresentará uma escala com o risco de o homem ter o câncer de próstata.


No exemplo acima observamos que o teste classifica o paciente com uma probabilidade de câncer de próstata de 5%, que é considerada baixa e portanto a biópsia não está indicada.

PCA3

Diferente dos demais testes, este é realizado na urina após o exame de toque retal. Ele vai detectar fragmentos de RNA que estão presentes em células tumorais e ausentes em células prostáticas sadias. O PCA3 tem mais benefícios em pacientes que já realizaram uma biópsia de próstata que veio negativa, mas mantém níveis elevados de PSA. Está disponível no Brasil, mas a um custo mais elevado.

Além de todos estes testes e exames de imagem, outras ferramentas que usamos para decidir em fazer ou não uma biópsia de próstata são as calculadoras de risco de câncer de próstata. Existem vários modelos de calculadoras que se adequam ao momento em que se encontra o paciente.
Os sites abaixo são exemplos de calculadoras de risco de câncer de próstata
https://www.prostatecancer-riskcalculator.com/seven-prostate-cancer-risk-calculators
https://riskcalc.org/PCPTRC/
https://www.mskcc.org/nomograms/prostate/biopsy_risk_dynamic

Converse com seu urologista sobre essas ferramentas e possibilidades. O Câncer de próstata é uma doença séria, que acomete mais de 70 mil brasileiros todos os anos e quando diagnosticada em estágios iniciais tem mais de 90% de chances de cura.